Cachecol de voo |
O bom cachecol de voo A atividade pode está a acontecer nos 40 graus de Fortaleza, Salvador ou Recife. Não importa, é para voar, então vamos voar com o cachecol de voo O cachecol de voo usado pelos adultos que com aproveitamento concluem o CATAr É uma herança da aviação. Assim como é o apito de marinheiro no caso da modalidade do mar que herdou isso da marinha. O cachecol de voo na aviação de caça é uma peça que é entregue ao aviador depois que o mesmo pousa o avião e termina com sucesso seu primeiro vôo solo. Ou seja, o cachecol de voo na aviação é o que é capelo na universidade. É este o símbolo que coroa a conclusão do curso e do grau como é numa formatura. Depois que o formando recebe o cachecol ele enfim depois de muito estudo é parte do seleto grupo dos pilotos de caça. Contudo a história não é só essa. A história conta o seguinte. Originalmente o cachecol de voo tinha uma função prática e talvez já imaginada. Aquecer o pescoço do piloto. Quanto maior a altura, menor é a temperatura. Por isso que originalmente o cachecol de voo é uma peça de lã grossa que foi feita pelas próprias mãos da mulher amada. Geralmente a esposa ou noiva, mas poderia ser a mãe, ou a filha do aviador que fizesse este presente. Como sabemos, antigamente só homens eram militares e pilotavam aviões de caça. Para as mulheres ficava a dura tarefa de talvez pela última vez ver o amor da sua vida que agora iria à guerra. Por isso o cachecol era entregue por elas aos amados antes de partirem para o combate como um último presente. Apenas um pedaço de pano, mas que o ajudaria a sobreviver às baixas temperaturas do voo e que lembrava ao combatente que em solo alguém o ama e o espera também. Porém, essa mesma que fez, entregou o cachecol e o ama, se não o ver voltar vivo da guerra, saberá que pode ela dá um último presente e que mesmo morreu como herói e com um presente seu atado ao pescoço e perto do coração até o final da sua vida. Por isso mesmo que no nó tradicional as pontas vão para dentro do uniforme. Esse é o desejo da mulher amada, que o combatente siga com a aeronave o que faz as pontas do cachecol. Saia debaixo, faça uma volta e retorne para o seu local de partida. Assim como o cachecol. Outra razão para o mesmo assim ser amarrado é uma razão prática. O vento que vem em direção ao piloto, leva as pontas do cachecol ao rosto assim dificultando a sua visão e atrapalhando condução da aeronave. A solução para isso é colocar o cachecol por dentro do uniforme, Deste modo as extremidades ficam presas e não voam até os olhos deixando a visão livre. Sem contar que no militarismo o uniforme não deve ser alterado de forma alguma, então o jeito é esconder esta indumentária para que não apareça e altere o uniforme. Originalmente, o cachecol é um presente da amada, só depois se tornou parte do uniforme, então não poderia acompanhar o combatente, apenas se a peça não aparecer. No escotismo, o cachecol de voo é entregue na formatura do CATAr (Curso de Aperfeiçoamento de Técnicas do Ar). Acompanhado do brevê e do certificado de aprovação no curso. O cachecol de voo não é um lenço. Tem uma mística própria. Assim como o lenço de Gilwell é um lenço, escoteiro entretanto, tem também as suas peculiaridades. O lenço de Gilwell é usado apenas em reuniões de Gilwell O cachecol de voo é usado na formatura do CATAr. O brevê pode pode e deve ser sempre usado, mas o cachecol de vôo, só vai para o pescoço quando alguém "sai do ninho" Seja você, agora brevetado, seja alguém aos poucos abre as asas para voar. Outro costume da modalidade é colecionar os distintivos do CATAr que o brevetado participa em seu cachecol de voo. Contudo, vale destacar que embora o uso do cachecol aconteça nos momentos anteriormente citados, não há nenhum documento que regulamente o mesmo eo seu uso, pelo menos até o presente momento. Portanto, essa é uma tradição oral (passada por meio da conversa). Diferente do lenço de Gilwell, já mencionado, que tem regras que orientam o seu uso. É um costume. Sem regulamentação ainda, mas com a história que aqui contei. Por isso, se você ver um escoteiro de cachecol não ligue para o clima. O coração desse escoteiro está nos ares, é justo que ele leve consigo um pedaço de quem ama. Que o mesmo recebeu depois de muito estudo quando aprendeu a voar.
Chefe Higino Sousa em 05 de abril de 2019. |
Na imagem: Chefe Higino Sousa (autor desse texto) recebendo o seu cachecol de vôo das mãos do chefe Filipe Melo, COREAR da região do Ceará no Brasil, em fevereiro de 2019 quando concluiu com sucesso o seu CATAr. |
Nosso agradecimento ao chefe Higino de Sousa, que nos repassou estes conhecimentos, recebidos na Região do Ceará, dos Chefes: Rocelio Mario (Diretor do CATAr de fev/2019) e Filipe Melo(COREAr do Ceará), junto com os amigos que nessa terra deixei e à um querido, um verdadeiro irmão e amigo que também é COREAr nos céus desse Brasil que lapidou essas palavras e que um dia eu ainda hei de conhecer pessoalmente. |
Página criada em 06/04/2019 |