Relatório de Atividade |
AS PALAVRAS VOAM, O ESCRITO FICA
Há quem diga que os jovens escoteiros não gostam de escrever. Eu replico dizendo que no escotismo, na sua grande maioria, os jovens não são motivados para isso.
Por experiência própria junto a uma tropa escoteira, a chefia debateu sobre o assunto e chegamos à conclusão que poderíamos iniciar uma experiência, conducente a algumas vantagens: incentivar os garotos a dar mais valor à língua escrita, preservar as histórias de aventuras vividas e escritas por eles próprios, enriquecer os Livros de Ouro das patrulhas e, embora não seja um dos objetivos principais do escotismo, fazer com que melhorassem as suas notas na escola em Língua Portuguesa.
A nossa proposta foi apresentada ao conselho de monitores e embora tenham hesitado um pouco por receio, acabaram aceitando o desafio. Resumidamente, o que se decidiu foi:
1 – Os relatórios eram só para as atividades externas à sede, que durassem um dia inteiro ou mais.
2 – Os relatórios tinham uma pontuação generosa, que variava segundo a duração da atividade.
3 – O conteúdo (independentemente do estilo) valia até 75% da pontuação, a ortografia até 15%, o acréscimo de fotos e a apresentação cuidada do trabalho até 5% cada.
4 – Embora a redação final fosse incumbência do secretário da patrulha (escriba), todos os patrulheiros podiam acrescentar notas e dá-las a esse.
5 – Cada patrulha tinha até um mês de prazo para a entrega do relatório à chefia, que o avaliava, atribuía a pontuação para o Torneio Anual Inter-Patrulhas e o devolvia ao monitor para ser inserido no Livro de Ouro.
No princípio estavam temerosos, mas esta sensação não demorou muito a desaparecer, visto adquirirem o hábito de escrever os relatórios, sobretudo porque valiam muitos pontos.
Nos dias de hoje isso nem é uma tarefa muito difícil – quem da patrulha não terá um PC em casa e uma impressora? Quem não tem um celular para tirar fotos? Basta quererem e a motivação faz o resto.
Tem havido vários estilos de relatórios: os cômicos, os sérios, os meticulosos, os exagerados, os romanceados, os aventureiros e outros. O importante mesmo é escreverem, relatando tudo o que aconteceu naquela aventura inesquecível.
Relendo alguns, destaquei a preciosidade de uma patrulha relatando um percalço - ela perde-se no nevoeiro de um raide (que valia muitos pontos) e tem que parar durante horas até que o nevoeiro passasse:
»“… a patrulha ficou triste com aquele atraso que nos custou horas e talvez até perdêssemos o raide.
Era noite e estávamos pensativos ao redor de uma pequena fogueira quando de repente, um a um, todos os patrulheiros se abraçaram. Nesse momento percebemos o que é isso de sentido de pertença.
A nossa patrulha naquele momento era mais que uma patrulha – éramos uma família. Uma família que nos deu força e coragem para levarmos o raide até ao fim. Não ganhamos o raide, ficamos em segundo, mas ganhamos em espírito!”«
Uma das missões do chefe escoteiro é precisamente esta:
Formar criadores e não seguidores.
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Eu Paulo Cabello, achei um relatório, que pode servir como um modelo d'outro século.
Um relatório de acampamento que em breve completará 50 anos.
É sobre a participação da Patrulha Alcaravão no 1º Camporee Sul realizado em Joinville/SC, de 8 a 15 de janeiro de 1972, foi escrito pelo jovem escoteiro, escriba da Patrulha Luiz Feriani.
para baixar clique em nosso link. |
Esta página doi criada em 10/11/2020, com base na públicação de 09/11/2020, no Facebook por Alex Ripoll. |