Primeiros Socorros

Artigos de Baden-Powell para a revista " The Scouter ", 1909 - 1941
traduzidos por: Capitão Anilto de Ribeirão Pires/SP, que agradece suas sugestões e críticas. 


Tradução


Primeiros socorros

"Qual é o problema do seu paciente?" Pergunto ao Escoteiro Socorrista que está cheio de distintivos uns em cima dos outros como é a moda hoje.
"Pois não, senhor - clavícula quebrada."
"Certo. Agora, que osso é este?"
"O fêmur, senhor. Não,não- é - é a tibi... -- é ..."
"Bem, como você chamaria ele se levasse um pontapé e estivesse falando a seus amigos sobre isto?"
"Canela, senhor."
Quando eu perguntei ao instrutor por que é considerado necessário confundir as mentes dos meninos com os nomes latinos para ossos ordinários, ele disse que era necessário para passar no exame do médico para obter distintivos ou certificados.
Espero que todos os Comissários e Chefes Escoteiros expliquem aos instrutores de Primeiros Socorros que nós queremos ensinar aos jovens como lidar na prática com acidentes, e não passar em exames.
Eu dou pouco valor ao sistema moderno de ataduras semi-prontas, onde é informado ao jovem previamente cada ferimento que elas são adequadas, tendo todas as aplicações prontas, bastando somente dobrar e amarrar, e onde o jovem sabe os nomes latinos dos ossos com que está lidando. Eu prefiro muito mais as demonstrações práticas, e fico feliz de ver que estas estão prevalecendo no Escotismo, pois são a imitação mais próxima de acidentes.
Quando um paciente é encontrado coberto com lama e sangue, deve ser lavado suavemente ou com esguicho antes para saber o que fazer dependendo da natureza dos ferimentos (manter o rosto para baixo para prevenir obstruções). O primeiro Escoteiro que o localizou, ou a pessoa designada pelo instrutor ou audiência, se encarrega do caso, executa o trabalho, dirige os outros, e não usa palavras latinas. E será melhor se forem usados materiais improvisados, tratando o ferimento de maneira apropriada, em vez de meramente enrolar uma bandagem sobre ele. Por exemplo, os movimentos deveriam ser rasgar a roupa, tampar uma ferida, ou tudo que possa ser detalhado no caso.

abril de 1911


Original


First-aid
"WHAT is the matter with your patient?" I ask the Ambulance Scout who has just bandaged up another in most approved fashion.
"Please, sir -- broken clavicle."
"Yes. Now what bone is this?"
"The femur, sir. No -- it's -- it's the tibi -- it's the ----."
"Well, what would you call it, if you got a kick on it, and were telling your pal about it?"
"Shin, sir."
When I asked the instructor why it is considered necessary to confuse the boys' minds with the Latin names for ordinary bones, he said that it was necessary in order to pass the doctor's examination for badges or certificates.
I hope that all Commissioners and Scoutmasters will explain to their First-aid instructors that we want to teach the boys how to deal practically with accidents, not how to pass examinations.
I attach very little value to the smartly done bandaging where each boy is told beforehand what injury he is to tie up, and has all the appliances ready, and has merely to fold and tie neatly and know the Latin names of the bones he is dealing with. No, I very much prefer the more practical demonstration, which I am glad to see is now becoming so prevalent with the Scouts, and that is the closest possible imitation of an accident.
A patient is found covered with mud and blood, which has to be gently sponged or squirted away before the card is found giving the nature of the injury (fixed face downwards to prevent obliteration) The first Scout to reach him, or one selected by the inspector or audience, takes charge of the case, does the work and directs the others -- and does not use Latin words. It is all the better if improvised materials are used and the wound really dealt with properly, instead of merely superficially bandaged over. For instance, the motions should be gone through of slitting the clothes, plugging a wound, or whatever may be the detail in the case.
April, 1911.