Artigos de Baden-Powell para a revista " The Scouter ", 1909 - 1941
traduzidos por: Capitão Anilto de Ribeirão Pires/SP.
Tradução
Eu não posso convencer o Chefe Escoteiro o grande valor da vida campestre no treinamento dos Escoteiros, mas de fato creio que sua essência depende disso.
Muitos Chefes Escoteiros que avaliam o lado moral do nosso treinamento estão quase inclinados a subestimar a importância da vida no campo, mas ela é tudo para os jovens. Nós temos que atrair o entusiasmo e gostos deles em primeiro lugar, se tencionamos fazer algo de bom por sua educação.
Uma eminente autoridade educacional assegurou-me que atualmente essa nossa educação escolar está toda no caminho errado. O aprendizado por livros foi introduzido por monges com o fim de neutralizar o treinamento mais varonil em habilidades braçais e de caça que, na Idade Média, ocupava o tempo dos jovens, o que sem dúvida produziu uma grande porção de homens de caráter entre eles. Isto acabou em um objetivo de pouca visão, embora tivesse feito algum bem em certos aspectos, foi infinitamente danoso para nossa raça em outros.
Ele disse: "Você deve antes de tudo desenvolver o caráter natural do jovem, encorajando-o nos exercícios atléticos naturais, que tendem a fazê-lo mais varonil, valente, obediente e altruísta. Depois lhe incentive o desejo de ler, o que o conduzirá eventualmente ao estudo sozinho. A falácia de tentar forçar o jovem a ler o que o pedagogo quer que ele saiba é o segredo de tanta ignorância e ausência de esforço no estudo entre nossos jovens atualmente".
Esta mesma autoridade gostaria de ver o Escotismo ou algum esquema similar introduzido em extensão a nossas escolas, e em atenção a isto, tornado obrigatório a todos os jovens entre quatorze e dezesseis anos.
Eu espero que o desejo dele ainda possa ser satisfeito. Eu creio que isso ocorrerá se os Chefes Escoteiros prosseguirem no caminho que começaram e provarem às autoridades educacionais de sua região o valor educativo que lastreia nosso Movimento.
Original
The Value of Camp Life
I CANNOT impress on Scoutmasters too highly the value of the camp in the training of Scouts; in fact, I think that its whole essence hangs on this.
Many Scoutmasters who value the moral side of our training are almost inclined to undervalue the importance of the camp, but the camp is everything to the boys. We have to appeal to their enthusiasm and tastes in the first place, if we are ever going to do any good in educating them.
An eminent educational authority assured me only to-day that our school education is all on wrong lines; that book learning was introduced by the monks in order to kill the more manly training in skill at arms and hunting which, in the Middle Ages, occupied the time of the boys, and which undoubtedly produced so large a percentage of men of character among them. It was done with a narrow-minded aim, and although it has done some good in certain lines, it has done infinite harm to our race in others.
He said: "You should first of all develop the natural character of the boy by encouraging him in the natural athletic exercises which tend to make him manly, brave, obedient, and unselfish; later give him the desire for reading for himself which will eventually lead him on to study for himself. The fallacy of trying to force him to read what the pedagogue wants him to know is the secret of so much ignorance and absence of studious work amongst our lads to-day."
This same authority would like to see Scouting or some similar scheme introduced into our continuation schools, and attendance at these made obligatory for all boys of fourteen to sixteen.
I hope that his wish may yet be gratified. I believe it will be if Scoutmasters continue in the way in which they have begun and prove to the education authorities in their neighbourhood the educative value which underlies our Movement.
April, 1911.