Artigos de Baden-Powell para a revista " The Scouter ", 1909 - 1941
traduzidos por: Capitão Anilto de Ribeirão Pires/SP.
Tradução
Minha recente excursão ao redor do mundo mostrou-me como já é forte o sentimento de fraternidade em toda parte no nosso Movimento. Estando na África ou Austrália, Canadá ou Nova Zelândia, América ou Malta, o sentimento Escoteiro deles igualavam com o do nosso no Movimento original em casa, e eu fiquei convencido com a idéia de que , se somente esse sentimento fosse incentivado, já significaria um imenso ganho para o fortalecimento dos vínculos com nosso Império, e até mesmo, indo além, para assegurar a paz no mundo por meio de uma melhor compreensão e solidariedade entre as nações. Internamente e localmente nossa fraternidade já caminha bem naquela direção. Regiões da Inglaterra são freqüentemente ciumentas umas com outras, províncias na Irlanda podem estar perto da guerra, Estados em domínios ultramarinos podem ter suspeitas ou invejas entre eles – mas somente precisam um pouco de tolerância ou vínculo comum. Estas são falhas que não podem ser sanadas apelando aos homes do presente, mas poderão ser prevenidas na próxima geração pela erradicação? Isso se consegue trazendo a massa dos meninos em direção a harmonia e mútuo contato através do sentimento de "fraternidade".
Diferenças raciais locais continuam fortes, e é difícil removê-las em circunstâncias como entre os bôer e britânicos na África do Sul, franceses e britânicos no Canadá, eurasianos e brancos na Índia,malteses e britânicos em Malta, entre as oito nacionalidades em Shangai, e assim por diante. Mas o que me impressionou muito fortemente no curso de minha viagem a estes países, foi que o Movimento Escoteiro, jovem como é, já está fazendo um bom progresso naquela direção.
Jovens de qualquer origem são igualmente Escoteiros: quando eles se encontram com o mesmo uniforme, sob a mesma promessa, trabalhando para os mesmos fins, inspirados com os mesmos ideais, e competindo nos mesmos jogos, eles se esquecem de suas pequenas diferenças e sentem que são irmãos Escoteiros antes de tudo. Se um número suficiente deles são encorajados a se tornarem Escoteiros, isto poderá tornar-se na próxima geração um caminho considerável para abolir as absurdas invejas entre localidades do presente. Se os vínculos da fraternidade puderem ser fortalecidos pelo intercâmbio de correspondências e visitas, um elo adicional será forjado para consolidar nosso Império pelo desenvolvimento de uma compreensão pessoal e senso de camaradagem entre os homens de todos os estados ultramarinos e a pátria mãe.
O movimento escoteiro poderá desenvolver-se para uma fundamentação mais geral, então não tenho nenhuma dúvida de que o mesmo princípio da camaradagem estenderá sua influência para o bem entre aqueles que serão os homens de diferentes nações dentro dos próximos anos, e devem, inevitavelmente, provar um genuíno fator para a manutenção da paz, onde estarão em contato pessoal e harmonia uns com os outros.
Nota desse site: Grifamos dessa maneira para ressaltar uma das idéias do Fundador.
Original
Overseas Scouts
MY recent tour round the world showed me how strong is already that feeling of
brotherhood throughout our Movement. Whether it was in Africa or Australia, Canada or New Zealand, America or Malta, Scouts felt that they were with and of us in the parent Movement at home, and I was impressed with the idea that, if this sentiment were only promoted, it would mean an immense deal for the strengthening of the bonds of our Empire, and even beyond that, for the assurance of peace in the world through a better understanding and fellowship between the nations.
Internally and locally our brotherhood is already doing good in that direction. Counties in England are often fairly jealous of each other, provinces in Ireland can nearly be at war; States in overseas Dominions can be suspicious or envious between themselves -- just from want of a little broadmindedness or a common tie.
It is a failing that cannot be cured by preaching to the present men, but it may be prevented in the next generation by eradication? that is by bringing the mass of the boys into sympathy and mutual touch through the feeling of "brotherhood."
Local racial differences run strong, and are hard to wash out in such instances as between Boer and Briton in South Africa, French and British in Canada, Eurasian and White in India, Maltese and British in Malta, between the eight nationalities in Shanghai, and so on. But it struck me very forcibly in the course of my visit to these countries that the Boy Scout Movement, young as it is, is already doing a good deal in that direction.
Boys of whatever origin are equally attracted by Scouting: once they find themselves in the same uniform, under the same promise, working for the same ends, inspired with the same ideals, and competing in the same games, they forget their respective little differences and feel that they are brother-Scouts before all. If a sufficient number of them are encouraged to take up Scouting, this must in the next generation go a considerable way to abolishing the present absurd jealousies between localities. If the ties of the brotherhood can be strengthened by mutual interchange of correspondence and of visits, a further link will be forged for consolidating our Empire by the development of personal sympathy and sense of comradeship between the manhood of all the different overseas States and the Mother Country.
Should the Scout Movement develop on to a more general footing, then I have no doubt whatever that the same principle of "brotherhood" will extend its influence for good among those who will be the men of the different nations within the next few years, and must, of necessity, prove a genuine factor for the maintenance of peace where they are in personal touch and sympathy with each other.
June, 1913.