Artigos de Baden-Powell para a revista " The Scouter ", 1909 - 1941
traduzidos por: Capitão Anilto de Ribeirão Pires/SP, que agradece suas sugestões e críticas.
Tradução
Entrando no jogo
Fazemos de nossos jovens cidadãos, portanto, é essencial esforçarmo-nos para criar neles o hábito da alegre cooperação, de esquecer seus desejos e sentimentos pessoais em prol do coletivo no qual estejam comprometidos, seja no trabalho ou na diversão. Podemos ensinar ao jovem que é exatamente como no futebol. Você tem que jogar na sua posição e participar do jogo; não queira ser o juiz quando você estiver jogando na retaguarda, e não pare de jogar quando se encher do jogo, mas mantenha-se junto, animadamente e esperançosamente, de olho no objetivo, ajudando sua equipe a ganhar, mesmo tomando chutes na canela ou caindo na lama.
Mas a melhor de todas as formas de instrução que o Chefe Escoteiro pode proporcionar é a força do exemplo. Se ele quiser ter sucesso em incutir o caráter correto no jovem, é essencial que pratique o que prega. Jovens são imitativos, e o que o Chefe Escoteiro faz, eles captam e refletem. Instruções e especialmente ordens, costumam ter efeitos diferentes e até mesmo opostos nos jovens, mas se lhes dá o exemplo, mostra que qualquer tolo pode fumar, mas um Escoteiro sábio não o faz, esta é outra questão.
Em conseqüência, é de primordial importância que todo Chefe Escoteiro com esta grande responsabilidade em seus ombros, faça um auto-exame profundo, e suprima quaisquer pequenas falhas que possa ter – é um compromisso de fato – e esforce-se para praticar aquilo que ensina, para dar o exemplo certo aos seus jovens, para formação do caráter e da carreira deles. Consta no nosso manual que um Chefe Escoteiro deveria passar por um período de observação de três meses antes de ser finalmente designado.
O objetivo disto é permitir-lhe descobrir se o Escotismo realmente enquadra-se nele, se é capaz de passar por cima de (ou pisar em) pequenas preocupações ou pequenos aborrecimentos, se pode suportar as muitas dificuldades preliminares e desapontamentos, se pode se ajustar no lugar a ele designado, e lealmente seguir as instruções, pois estas podem não ser exatamente aquilo que gostaria, enfim, em uma frase, se pode ocupar seu lugar no jogo e jogar para o bem de todos.
Se puderem fazer isto, estarão fazendo o mais valioso trabalho que um homem pode fazer, ou seja, ensinando aos irmãos mais jovens as grandes virtudes da resistência e disciplina, determinação e altruísmo. Se, por outro lado, não puder, seu único caminho honrado é conformar-se com sua escolha em ser alguém covarde - a propósito, típico de homens que falham em qualquer rumo da vida – resmungando sobre seus auto proclamados direitos, e reclamando da má sorte.
julho de 1910
Original
Playing the Game
In making our young citizens, therefore, it is essential to try to get into them the habit of cheery co-operation, of forgetting their personal wishes and feelings in bringing about the good of the whole business in which they are engaged -- whether it be work or play. One can teach the boy that it is exactly as in football. You must play in your place and play the game; don't try to be referee when you are playing half-back; don't stop playing because you have had enough of the game, but shove along, cheerily and hopefully, with an eye on the goal in order that your side may win, even though you may yourself get a kick on the shins or a muddy fall in helping it.
But the best form of instruction of all for a Scoutmaster to give is by the force of example. It is essential if he is going to
succeed in putting the right character into his boys that he should himself practise what he preaches. Boys are imitative, and what the Scoutmaster gives off, that they pick up and reflect. Instructions, and especially orders, are apt to have different and even opposite effects with boys -- order a boy not to smoke and he is at once tempted to try it as an adventure; but give him the example, show him that any fool can smoke but a wise Scout doesn't, and it is another matter.
Therefore, it is of first importance that every Scout-master, with this great responsibility on his shoulders, should examine
himself very closely, suppress any of the minor faults which he may -- in fact, is bound to -- possess, and train himself to practise what he preaches, so as to give the right example to his lads for the shaping of their lives, characters, and careers. It is laid down in our handbook that a Scoutmaster should go through a period of three months' probation before getting finally appointed.
The object of this is to enable him to find out whether Scouting really suits him after all, whether he is capable of treading down little personal worries and pinpricks, can endure the many preliminary difficulties and disappointments, can fit himself into the place assigned to him, and loyally carry out instructions, though they may not be exactly what he would like; whether he can, in a word, play in his place and play the game for the good of the whole.
If he can do this he will be doing the most valuable work that a man can do, viz. teach his younger brothers the great virtues of endurance and discipline, pluck and unselfishness. If, on the other hand, he cannot, his only honourable course is to resign in preference to the unmanly one -- typical, by the way, of men who fail in whatever line of life -- of whining about his so-called rights, complaining of his bad luck.
July, 1910.